31 de maio de 2009

Sr. Pinela e o bando de pássaros tristes

Sr. António Pinela, alguém que, de entre muitos ofícios, observa o que o rodeia com imensa poesia. Nesta conversa com Rafael Correia, no Lugar ao Sul de 23 de Maio de 2009, fala no estado de alma dos pássaros, que agora andam mais tristes. Diz ele que os pássaros, antigamente, aquando das lavouras e sementeiras, corriam cantando atrás do tractor, alegres. Já nas lavouras seguintes, menos pássaros se viam e pareciam tristes.


De tanto passar o tractor na terra, rasgando-a, toda a vida do solo vai desaparecendo. A terra fica sem pele e os seres, que habitam o solo, sem protecção para sobreviverem. Os pássaros ficam tristes porque o alimento escasseia, até um dia deixar de haver pássaros e aí ... seremos nós que ficaremos tristes por já não os ouvir cantar.

Um dia destes vou conhecer o Sr. Pinela, e aprender a ver o romper da aurora e o brilho das estrelas.

28 de maio de 2009

Gozando um dia de sol


A Estrela tem estado feliz mas o problema persiste. Até chegámos a tentar um tratamento homeopático, esse sem custos porque foi incorporado noutra situação, mas sem resultado. Decidimos então ir ao Hospital da Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa, e só me pergunto porque não fomos mais cedo.

Fizeram as análises básicas ao sangue e o que hoje parece o mais evidente, e o que deveria ser para qualquer veterinário, por mais inexperiente que seja, uma ecografia. A gata tem um cálculo na bexiga, enorme, e é isso que tem provocado o sangramento. Fico aliviada pois o diagnóstico poderia ser pior, uma cistite psicossomática ou um tumor. Fiquei a saber que até os gatos podem ter que tomar antidepressivos para tratar situações psicossomáticas. Vai ser operada na 3ª feira.
Vamos aguardar, mas agora acho que tudo vai ficar bem.

trabalhar com a natureza

Conheci a Horta Bio, onde assisti a este vídeo. Complemento ou mesmo contraponto (trabalhar com a natureza e não contra ela) ao vídeo que coloquei aqui ontem. Vale a pena ver até ao fim, além de muito bem feito levanta questões importantes a pensar. Cada vez mais considero que a Permacultura é um dos caminhos, pois além duma abordagem completamente diferente nas formas de cultivo, as mudanças a operar estendem-se muito para além disso: limitar o consumo (o Stanley é um bom exemplo), partilhar recursos, viver de acordo com princípios éticos e muito mais.

27 de maio de 2009

Green Guide

Framboeseiros


Foram 3 plantados pela E., num recanto sossegado, com meia sombra e rodeadas por tomilho, poejo, alfazema, arruda, alecrim, capuchinhos e uma passiflora.. Estão lindos e com um aspecto muito viçoso mas iriam enredar-se com a passiflora, que por sua vez também está linda. Entretanto vi, em casa da Z., framboeseiros mas plantados em grandes alguidares, lindos, e pareceu-me uma boa ideia; faz-se melhor o controlo da planta, tanto em crescimento como com pragas. Tudo para que ficassem no mesmo local mas com mais espaço, pois acho sempre preferível deixar que as plantas cresçam naturalmente.

Transplantámos os 3 para vasos grandes, mantendo-os sensivelmente no mesmo local, com estrume de cavalo e alguns pés de tomilhos e poejo. Pareceu-me, pelo aspecto que apresentam, uma boa "consociação". Sei que noutros sítios estão agora a vir os primeiros frutos, por isso a altura para transplante deve ser no Outono. Espero não ter feito asneira, de framboesas não percebo nada.

26 de maio de 2009

ameixieira


Na imagem está um tronco de ameixieira. Não sei o que serão as protuberâncias que se vêem. Cancro bacteriano?? Do que já li, pouco me ajudou a deslindar e são poucas as imagens encontradas para poder comparar com certezas.

Estas massas, de cor acastanhada, são compactas, duras e bem fixadas ao tronco mas arrancam-se com relativa facilidade, com auxílio de um objecto com "lâmina".

Alguém sabe o que possa ser?

24 de maio de 2009

Carvalho Longo

Imaginem um percurso. A sequência das imagens corresponde aos vários locais que vão observando. O resto deixo ao critério da vossa imaginação.









O que senti, desde o momento em nos sentámos à sombra duma enorme nespereira até que nos voltámos a sentar sob a mesma sombra, não consigo explicar por palavras. Tudo flui, mesmo depois de termos deixado a quinta, e a sensação que permanece é: tudo é possível na vida. Foi muito especial. Agradeço a E. ter-me proporcionado a visita e a M. e G. terem criado um lugar assim, permitido que tirasse fotografias, que as partilhasse aqui e tudo o que aprendi.

Um lugar assim e, mais do que um lugar, uma outra forma de se estar vivo guarda-se no coração como uma luz irradiante.

23 de maio de 2009

Outras hortas



Agradeço a M. e B., e a E. que mos apresentou, o privilégio de ter conhecido a quinta deles e assim conhecer um projecto de vida e de horta muito perto, se não mesmo lá, de Permacultura.
Estão muitas outras coisas plantadas na horta além do assinalado, mas o mais importante é a visão global - uma desordem ordenada, a diversidade como grande aliado na prevenção de pragas, uma amor imenso pela natureza e pela vida.

21 de maio de 2009

Armar ervilhas


Ontem visitei uma quinta linda. De construção muito curiosa, por dentro repleta de recantos e "labirintos", por fora circula-se à volta da casa. Sempre gostei de casas em que se pode entrar por um lado e sair por outro, ou outros neste caso, cheia de mistério, pelo menos na minha imaginação.

Conheci a horta, ou melhor as hortas. Aqui os terrenos são em socalcos e as hortas feitas nesses socalcos. Normalmente a casa é no cimo e depois vamos descendo, pelas hortas e vinhas, até ao rio. Aprendi uma nova forma de armar ervilhas que só precisa de canas e que faz uma vedação muito bonita. São 2 linhas de ervilhas, as canas ficam por fora e nos extremos, no meio não nasce erva. O tipo de ervilha também não conhecia, cor púrpura.

19 de maio de 2009

Mondego


Estou num dos lugares que considero mais preciosos, o Vale do Mondego. Maravilhada com tanta diversidade biológica, tão diferente da que existe lá em baixo, irei, se o tempo me permitir, colocando aqui o que encontre pelo caminho.

Aproveito para referir a realização de um Curso de Permacultura, na Quinta da Cabeça do Mato, entre 27 de Junho e 5 de Julho.

13 de maio de 2009

Lapas


Lapas, como se chamam por aqui, julgo serem um tipo de cochonilha. Até gosto da representação gráfica do nome - cochonilha - mas não da sonoridade, já do que fazem à plantas muito menos. Agora, do outro lado da horta andamos a descobrir muitas coisas, como estes pequenos seres que sugam as plantas até à morte. Poderia chamar "cochonilha" a muita gente com quem me cruzo (desabafo).

A sebe onde se alojou está quase toda coberta delas. Podou-se e já coloquei rega, há muito tinha deixado de ter e nos próximos dias vou experimentar um tratamento com sabão, tabaco e óleo mineral. Pensei em adubar mas a E. disse-me quando as plantas estão atacadas por pragas
pode ser contraproducente, o que faz sentido, primeiro trata-se e depois alimenta-se.

Esmaguei uma sem querer e a cor que liberta é um carmim muito bonito.

12 de maio de 2009

Alforra


Assim chamada por aqui a ferrugem do alho (Puccinia allii ou Puccinia porri), um fungo que ataca as folhas do alho, acelera a maturação dos bolbos e origina fraco crescimento. Nas folhas surgem pequenas pústulas, de coloração inicialmente amarela e que evolui para castanho, onde se formam os esporos; ao passar os dedos nas folhas estes ficam com um pó cor de ferrugem. Surge normalmente na Primavera e plantações densas, excesso de matéria orgânica e nitrogénio, bem como a carência de potássio, aumentam o risco de infecção.

Aqui não sei. Ou foi um ar que lhes deu ou falta de potássio. Para alhos foi um ano mau.

10 de maio de 2009

"Armadilha" para formigas


Lá continuamos com as nossas tentativas para travar as formigas, até hoje sem sucesso. desde inundar os formigueiros (só as faz mudar de sítio), limão podre (diminuem mas não desaparecem), malagueta, sésamo nos formigueiros, e nada.

Ontem, depois de caiar as laranjeiras, experimentámos envolver os troncos com fita autocolante, colocada ao contrário, e parece que resulta mesmo. Não atravessam, nem para cima nem para baixo; as que ficam em cima vou "varrer" para não ficarem presas. Parece-me uma boa notícia para proteger as ameixoeiras, as pereiras, a macieira e a nogueira do pulgão. A macieira já estava cheia de pulgão verde.

Hoje está de chuva não vai dar para fazer muita coisa.

9 de maio de 2009

"Respiração da terra"


Obrigada Mãe.

Carocha, escaravelho??


Não sei, nem tão pouco o nome cientifico, para variar. Um dia, com tempo, farei o inventário de todos estes seres para os poder conhecer melhor e saber o que a sua presença tem a dizer numa horta.

Este tem um padrão e textura lindíssimos.

8 de maio de 2009

Um ninho de melros


J. sabe olhar as árvores e viu o que nós não vimos, um ninho, não se sabia era de quê. Não se podou a laranjeira - a altura da poda é agora, Maio - e o ninho lá ficou. Eu bem olhei mas não consegui ver nada. Ontem reparei num melro a sair da laranjeira, enquanto andava a palhar. Hoje, com cuidado, fomos espreitar e lá estavam, 4 melrinhos (achamos nós), todos aninhados, gordinhos mas muito silenciosos.

A palha que trouxemos foi o melhor que aconteceu por aqui. Por ser feno, julgo, traz muitas sementes e os pássaros andam perdidos de felicidade. Ao ponto da fazerem fila, no fio de um poste junto do local, à espera da melhor altura para descer e começar o banquete. Na horta é igual, pois sementes dispersas não faltam.

tupinambos - 2ª geração


Já estão a despontar no mesmo local onde os plantámos, em Janeiro de 2008 (nunca chegaram a sair da terra). Fiz mal em tirá-los da terra no Inverno passado; foram enterrados novamente, noutro local, mas com uma rede por baixo para os delimitar melhor. Começaram na mesma a criar raiz e voltei a colocá-los no local original.

Sabendo que a melhor altura para os plantar é depois de colhidos - Setembro/Outubro - até Fevereiro, agora foram-no em Março. Vamos ver o que dá...

7 de maio de 2009

Mais um habitante


É um insecto muito comum a que chamamos, por aqui, carocha. Tentei identificar mas ainda não consegui, ainda. Se algum de vocês souber ...

6 de maio de 2009

Palhagem


Já não falta tudo. Continuamos a palhar, a palhar e a palhar...
A horta espiralada também ficou palhada e as canas para o feijão já estão montadas.
Hoje estou muito cansada.

5 de maio de 2009

Sons do Lago


Nunca coaxaram tanto como esta noite.
Filmei às 20:00h, são 23:18h e continuam.
Como é bom ouvir "namorar"...

3 de maio de 2009

Rã verde



Começo agora o registo dos habitantes do lago. Julgo que qualquer uma delas seja a tão comum rã verde (Rana perezi), mas é difícil, para um leigo, conseguir distinguir. Dentro da mesma espécie as variações são muitas. Pelo menos a primeira é parecida com esta e a segunda com esta, ainda juvenil - a primeira geração nascida no lago. A primeira foi uma das que desapareceu.

2 de maio de 2009

Bufo bufo


Sapo vulgar (Bufo bufo), ao que parece, pela descrição e fotografias encontradas aqui, aqui e aqui. Vi-o no dia 29 e depois desse dia desapareceu. O tempo também ficou menos húmido, com sol e esta espécie é normalmente vista em dias húmidos e nublados.

Umas semanas antes, depois de ter limpo o lago de limos, achei estranho que a maioria das rãs tivessem desaparecido; pensei que a causa tivesse sido eu, porque para tirar os limos retirei muitos ovos de girinos. Fiquei a sentir-me culpada mas se esperasse até Junho, fim da época de procriação, teríamos um lago de limos e não de água. Enfim, não volto a repetir a proeza, só que, pelo que li entretanto, muitas das rãs foram embora por medo da matriarca. Sim, deve ser fêmea porque mede um palmo meu, cerca de 20 cm, e são elas que entram na água para por os ovos.

Não vou fazer nenhuma descrição, pois nos links acima indicados está bastante completa e, naturalmente, escrita por especialistas; sublinho só que são muito úteis na horta - comem insectos, incluindo formigas, vermes e caracóis, o que me deixa muito satisfeita.