31 de agosto de 2010
uma mochila carregada
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Habitantes da Horta
Aranha lobo (Hogna radiata)* com uma "mochila" carregada de vida. Irá depositar a sua prol algures como esta fez aqui.
* Se não estou enganada.
30 de agosto de 2010
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etc
Esta é a vista que tenho, daqui onde me encontro sentada. Agora, neste preciso momento. Com o som do mar ao fundo e uma certeza quase absoluta de que é na natureza que quero estar, é com ela que quero trabalhar e através dela partilhar quem sou. Aqui ou em qualquer outro lugar.
Na minha adolescência o meu ídolo era Jack Karouak e o meu livro favorito "On the Road" (Pela estrada fora). Viver no meio das montanhas, viver com as montanhas, vir a ser um dia guarda florestal. Foi nessa altura também que conheci a Serra do Gerês, de São Pedro do Sul e outras que se estendiam ao longo do rio Zêzere, num triângulo mágico formado por Arganil, Pedrógão e Castanheira de Pêra. Olhava para as casas dos guardas, na altura a maioria ainda em bom estado de conseração, e sonhava. Imaginava-me a viver ali, num pontinho branco no meio da montanha e do verde.
29 de agosto de 2010
depois de uma longa ausência
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De repente começou a ficar com as folhas amarelas, os ramos quebradiços, os pequenos frutos mirrados, caindo um por um, até que a morte se avizinhe certa. É assim que me sinto, como esta laranjeira.
O caminho tem sido longo e cada vez mais penoso, como se tivesse uma corrente a prender-me uma perna à outra. A cada passo que dou a corrente vai perdendo elos, ficando mais pequena, e os meus passos cada vez mais curtos. Acorrentada, encurralada, prisão de mim mesma.
Costumo ter um sonho, recorrente, em que me encontro na plataforma duma estação de comboios deserta. Quando vejo o comboio a aproximar-se reparo que estou no cais errado e corro. Corro, desço umas escadas para voltar a subir outras e alcançar o cais do lado contrário da estação, mas não chego a tempo. O comboio passou sem o poder apanhar. Depois penso para comigo: 'Talvez me tenha enganado, é melhor ficar neste cais à espera do próximo'. Mas acabo sempre por estar do lado contrário e nunca apanhar o comboio.
A mola interior, energia ou força anímica que todos nós temos, tem vindo a perder força, em movimentos de câmara lenta. Tudo parece desligado, des+ligado, e não tenho conseguido re-ligar-me. A terra ainda parece ser o único Lugar onde timidamente o consigo fazer.
"São as águas de Março fechando o Verão"
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